Uma caixa de papelão que vira batmóvel?



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          O  link acima é o curta “Caramba Carambola o Brincar Está na Escola”, que é um documentário sobre uma escola que aderiu ao “Projeto Brincar”. Um projeto que tem como principal objetivo ajudar professores e equipe pedagógica da escola a ensinar através de brincadeira, fazer do brincar algo natural das escolas. Nessa escola do curta mostra como esse projeto é executado, e há alguns dizeres de professoras, diretoras, coordenadoras e equipe do projeto. E dois dizeres mais me chamaram atenção. Um foi de uma das diretoras do colégio, ela diz que tinha muitas dificuldades em arrumar a planilha de aulas, de acordo com os horários de todos os professores, horários de merenda, e que “não podia bater” com as aulas de alguém que já estivesse usando o parque com alguma turma. E ela diz que a solução desse problema foi através da “Formação do Brincar”, conversando com toda a equipe ela percebeu que não precisava dividir as crianças. Algo muito comum nas escolas, crianças de idades diferentes não têm contato dentro da escola, não tem “recreio” juntas, eles são todos separados; algo que a professora Léa Tiriba disse e eu nunca tinha parado para pensar foi “a escola é o único lugar que separa dois irmãos só por terem idades distintas” e realmente, só por causa da faixa etária é preciso colocar uma faixa invisível, mas presente, entre duas pessoas que fora da escola podem fazer tudo junta. A interação entre crianças de diferentes idades é importante, elas aprendem muito mais brincando juntas.

          Outro dizer que me chamou bastante atenção foi o da outra diretora da escola. Ela fala sobre os objetos de brincar, que são materiais não estruturados. A equipe leva para escola caixotes, cilindros, panos, tampinha de garrafa, caixa de papelão, embalagens e deixam nos espaços da escola e aguardam para ver do que as crianças brincarão. Ela conta que os carreteis que ela levou para escola, esperava que se tornassem um banco ou mesinha de chá e as crianças transformaram estes carreteis em cadeira de rodas. A criatividade das crianças vai muito além do que imaginamos, uma caixa de sapato pode virar fogão, carrinho, berço e até mesmo uma boneca. Esses objetos não estruturados ativam a criatividade, envolvem muita aprendizagem tanto individual quanto coletiva e elas em conjunto aprendem novas estratégias, novas brincadeiras, e é uma ótima alternativa para substituir o conteúdo da sala de aula, além de aproveitar espaços externos da própria escola. Sobre assunto de materiais não estruturados, pude notar na prática que dão muito certo. Na atividade que tivemos na Escola Municipal Gabriela Mistral levamos caixas de papelão e panelas com colher de pau e outros recursos simples mas tiveram mesma finalidade, mas escolhi esses dois objetos pois foram os que mais me chamaram atenção. As panelas e colher de pau, por exemplo, eu não esperava que dessem tão certo. A oficina de comidinha foi um sucesso, as crianças adoraram pegar terra com as mãos e colocar na panela com água, eles se empolgaram tanto que até diziam que estavam cozinhando alimentos como “ensopadinho”, tinha tanta criança querendo “fazer comida”, que faltou panelas para tantas. Algo que achei muito curioso foi a “separação” de afazeres, os meninos iam buscar galhos, terra e água enquanto as meninas ficavam mexendo na panela com suas colheres de pau, ninguém os instruiu de brincar assim, foi natural. E sobre as caixas de papelão, eu já esperava que elas virassem “carros”, mas não esperava que as próprias crianças ajudassem umas às outras a “locomoverem” o “automóvel”, enquanto uma criança estava dentro de uma caixa, outra vinha e ficava mexendo a caixa e fazia sons de velocidade, além de que as caixas não eram apenas carros, viravam aviões, foguetes, ônibus, "batmóvel". E estas mesmas caixas foram usadas na oficina de pintura também, quando viram que uma caixa não estava seno utilizada, algumas meninas foram buscá-la e começaram a pintá-la toda.


Raquel Silva Teixeira de Miguel


E você? Já brincou com caixa de papelão? Usaria estes tipos de materiais para brincar com as crianças na escola?

Comentários

  1. Quando estudei, na minha infância, não se dava muito importância para atividades lúdicas. Brincávamos sim , muito na rua. Era uma outra época. Hoje o lúdico está presente e é a realidade das instituições escolares. Adoraria ter vivido isso na escola, pois é uma forma de desenvolver a criatividade, os conhecimentos e a aprendizagem, através de jogos, música e dança, tendo como objetivo o educar, ensinar, se divertir e interagir com os outros. Além de despertar o prazer, o aluno aprende brincando.

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  2. Fiz esse Batmovel com meus primos (meninos e meninas) no inicio do ano, num almoço de família... Eles amaram e usaram para descer a ribanceira (mães piraram), pois fizemos a parte de baixo fechada... Depois jogaram na piscina pra virar um barco, e viram que não deu certo! (experimentando que se aprende)
    Ja utilizei muito! Fiz uma amarelinha numa atividade do estágio com crianças de 2 anos... Levei os números, a amarelinha montada, o céu... Pintamos e colamos juntos... Eles entraram em contato com os números, e depois até brincaram com a amarelinha... Ou seja... Dá pra explorar muitas áreas do desenvolvimento através de brinquedos criados do papelão.

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  3. Essa é uma ótima dica , que pode vir a ser útil em escolas com poucos recursos .
    Conheço uma professora de educação infantil que é obrigada a trabalhar com muitos cortes de verbas , mas nunca deixou de ser criativa e criar brincadeiras com o que tinha na mão , muitas das vezes objetos recicláveis.

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